Minhas Madrinhas


Aquinhoaram-me com três madrinhas: Midu, Maria José e Teolina.
Todas me demonstravam grande afeto, mas, Midu era a mais carinhosa, a que mais me procurava. Dela recebi meus melhores brinquedos.
Eu a vi pela primeira vez ainda criança, quando estive em Salvador e meu Pai levou-me a visitá-la. Ela morava em um quarto na Avenida Sete (Largo Rio Branco). Recebeu-me com muito afago, presenteou-me com brinquedos e doces.
Voltei a vê-la quando nos mudamos para Salvador, em 1941. A mudança durou cerca de dois anos e retornamos a Queimadas.
Dete, Demi e eu voltamos a Salvador para continuarmos os estudos. Ficamos em casas de parentes e amigos como pensionistas.
Foi nesta época que mais nos aproximamos. Ela me visitava com frequência e levava-me para sua casa, em Itacaranha, onde passei alguns domingos. Era um passeio agradável, pitoresco.
Para chegar à sua casinha embarcávamos em trens de passageiros e, em cerca de 30 minutos, chegávamos ao nosso destino. Foi nessa época que se estabeleceram vínculos de afeição e amizade. Era o filho que ela não teve.
A professora Maria José e Teolina eram muito piedosas e religiosas.
Teolina era uma camponesa e parente de nossa família. Residia no sítio Murici, à margem do Itapicuru, pouco distando da cidade de Queimadas. Em sua pequena casa um quarto era destinado aos santos; suas paredes eram cobertas por uma centena de quadros com estampas de imagens.
Ela e Maria José diariamente assistiam aos ofícios religiosos. Eram carinhosas comigo, agradavam-me com lembranças.
De Maria José, que era professora, a cada 13 de junho recebia um delicioso bolo confeitado acompanhado de um santinho com a efígie de Santo Antônio, com delicada mensagem. Teolina mandava-me produtos de seu sítio.

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Foto: Primeira Comunhão dos irmãos Lantyer. Atrás: Demi, Ivone e Antônio; Na frente: Neuza, Neyde e Ivanir 

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